É com muita alegria que, depois de mais de uma década de silêncio pessoal, eu venho falar um pouco da minha minha experiência pessoal de envio e recebimento de duas cartas à realeza britânica no período de dez anos. Sim! Eu já enviei cartas ao Reino Unido, mais especificamente uma ao atual rei Carlos III, e também ao Harry (que na época era o príncipe Harry e não era casado), em razão de sua coroação e vou narrar aqui, um pouco da minha experiência pessoal de envio destas duas cartas à Monarquia Britânica. A primeira carta foi em 2012, e a outra, dez anos depois, em 2023. Venha conhecer um pouco mais sobre esta fascinante história.
Introdução
Em um mundo cada vez mais digital, a experiência de receber uma correspondência oficial da monarquia britânica é algo singular e memorável. Esse gesto não apenas simboliza a importância da tradição na cultura britânica, mas também revela o cuidado e a atenção aos detalhes que caracterizam a instituição monárquica. Neste relato, compartilho a emoção e as observações decorrentes dessa interação, destacando o simbolismo e a sofisticação que permeiam as respostas oficiais da realeza.
O Gênero Textual Carta: Como Escrever uma Carta Pessoal Formal
Para aqueles que nasceram na era da internet e do e-mail, vale a pena, antes de tudo, discutir um pouco sobre o gênero textual carta.
Cartas pessoais são textos comunicativos nos quais o emissor (remetente) envia uma mensagem ao receptor (destinatário). Elas podem ser escritas de acordo com a vontade do remetente e enviadas a amigos, familiares ou conhecidos, geralmente com o intuito de compartilhar notícias, novidades ou informações pessoais. Após serem escritas, as cartas são colocadas em envelopes e enviadas pelos serviços de correios do país de origem. Nos dias de hoje, o e-mail, que segue uma estrutura semelhante à da carta, é enviado de forma eletrônica.
Toda carta pessoal começa com o local e a data de sua redação. Em seguida, designa-se o destinatário, seguido de uma saudação. Após isso, o corpo do texto contém a mensagem que se deseja transmitir, finalizando com uma breve despedida e a assinatura do remetente. O formato da carta pessoal é flexível, permitindo até mesmo uma linguagem informal, especialmente quando enviada a amigos ou familiares.
Cartas Reais: O Valor Cultural e Histórico da Comunicação à Monarquia Britânica
A tradição de cartas manuscritas na monarquia britânica remonta a séculos, servindo como um meio de preservar a continuidade e o respeito às formalidades protocolares. Esses documentos não apenas comunicam informações, mas também reafirmam a identidade histórica da instituição.
Exemplos históricos incluem correspondências de monarcas como a Rainha Victoria e o Rei George VI, que revelam como esses elementos foram mantidos e adaptados ao longo do tempo. A permanência dessa prática no mundo contemporâneo mostra como a monarquia se equilibra entre a modernidade e a tradição.
No entanto, uma carta escrita a um membro da família real britânica ou ao próprio rei Charles III exige uma etiqueta para cartas formais à realeza. Por exemplo, mesmo que não seja sua primeira carta, é importante manter o tom respeitoso e formal. Sabemos que plebeus, como eu e você, não têm intimidade com a família real britânica, e por isso é recomendável incluir, logo após o destinatário e antes da saudação, uma breve apresentação pessoal, destacando quem você é e de onde está escrevendo. É totalmente deselegante o uso de nomes próprios sem títulos. Vamos ver abaixo um exemplo da carta enviada ao Rei Charles III, com sua versão traduzida.
Carta em Inglês:
“Dear Your Majesty King Charles III,
My name is Johnatan Willow Dias de Andrade. I am 33 years old, and I am a Brazilian teacher from Goiânia-GO, Brazil.
On behalf of myself and my Brazilian family, I would like to offer our sincerest congratulations on the occasion of your coronation. This is a historic moment not just for the United Kingdom, but for the world, and we are honored to share in this moment with you.
As a long-standing admirer of the British monarchy, I have watched with great interest as the traditions and values of your esteemed institution have been passed down from generation to generation. Your accession to the throne is a testament to the enduring strength and relevance of these traditions and to your own commitment to serving your country and your people.
I am sure that I speak for many when I say that we look forward to your reign with anticipation and hope. Your commitment to charitable causes, your leadership on issues of global importance, and your tireless dedication to the well-being of the United Kingdom and its citizens inspire us all.
Once again, please accept the warmest congratulations on your coronation on behalf of myself and my family. We wish you every success in the years ahead and assure you of our continued support and admiration.
Yours sincerely,
Johnatan Willow Dias de Andrade
Carta em Português:
Caro Vossa Majestade Rei Charles III,
Meu nome é Johnatan Willow Dias de Andrade. Tenho 33 anos e sou professor brasileiro de Goiânia-GO, Brasil. Em meu nome e no de minha família, gostaria de oferecer nossas mais sinceras congratulações por ocasião de sua coroação. Este é um momento histórico não apenas para o Reino Unido, mas para o mundo, e estamos honrados em compartilhar este momento com você.
Como admirador de longa data da monarquia britânica, tenho acompanhado com grande interesse as tradições e valores de sua respeitada instituição, que têm sido transmitidos de geração em geração. Sua ascensão ao trono é um testemunho da força e relevância duradouras dessas tradições e do seu compromisso pessoal em servir seu país e seu povo.
Estou certo de que falo por muitos quando digo que aguardamos com expectativa e esperança o seu reinado. Seu compromisso com causas beneficentes, sua liderança em questões de importância global e sua dedicação incansável ao bem-estar do Reino Unido e de seus cidadãos nos inspiram a todos.
Mais uma vez, aceite as mais calorosas congratulações por sua coroação, em meu nome e no de minha família. Desejamos a você todo o sucesso nos anos que virão e asseguramos nosso apoio e admiração contínuos.
Atenciosamente,
Johnatan Willow Dias de Andrade
Nesta experiência pessoal que tive ao enviar cartas à Monarquia Britânica, já na saudação, eu utilizei adjetivos e locuções adjetivas para deixar clara a formalidade da situação, reconhecendo a grandeza da coroação de um novo rei do Reino Unido e da Commonwealth. O corpo da carta segue o mesmo tom, tecendo elogios à monarquia britânica e destacando a relevância desse marco histórico para o mundo.
Dear Your Majesty King Carles III,
[Destinatário]
On behalf of myself and…
[Saudação]
Yours sincerely,
[Despedida]
Na despedida, eu usei uma fórmula bem simples, mas muito elegante: Yours sincerely. E está tudo bem. E quem diz isso não sou eu, mas a própria monarquia britânica. Segundo o site oficial da Monarquia Britânica, você é livre para encerrar a carta como desejar, não sendo necessário utilizar uma saudação ou despedida cheia de pompa e circunstância, como “humilde e obediente servo”, blá, blá, blá. Eu coloquei um trecho do site, mas você está convidado para saber mais aqui:
“If you wish to write a formal letter, you can open with ‘Sir’ and close the letter with the form ‘I have the honour to be, Sir, Your Majesty’s humble and obedient servant’. This traditional approach is by no means obligatory. You should feel free to write in whatever style you feel comfortable.”
Isso só reforça o fato de que a monarquia britânica mantém um tom formal, mas ao mesmo tempo permite que o remetente escreva de acordo com o seu estilo pessoal. Então, ao escolher a fórmula de despedida, a regra básica é manter o respeito e a formalidade, mas sem exagerar na pompa.
A Resposta do Palácio de Buckingham
Obviamente, eu recebi uma resposta! Engana-se quem pensa que uma carta enviada ao Palácio de Buckingham fica sem resposta. Há uma equipe de profissionais dedicada na linha de frente da caixa de correios do palácio, acostumada a receber milhares de cartas de todo o Reino Unido e do mundo. Essa equipe trabalha arduamente para responder às cartas (normalmente de forma padrão). Somente aquelas cartas mais pessoais, como a minha, têm chances reais de chegar às mãos da família real.
Vale lembrar que, mesmo quando a carta não chega diretamente às mãos da família real britânica, é sempre uma experiência única. Um bom exemplo disso aconteceu em 2012, quando a Rainha Elizabeth II ainda estava viva. Um casal de Manchester, no Reino Unido, enviou uma carta ao Palácio real convidando a rainha para sua cerimônia de casamento, que aconteceria na prefeitura da cidade. Embora tenham recebido uma resposta padrão, recusando o convite, o que realmente aconteceu foi que a rainha compareceu ao evento e desejou felicidades ao casal!
Agora, se você está pensando em escrever pedindo que o rei interceda em disputas geopolíticas ou para aceitar seus presentes, pode esquecer! A resposta provavelmente será a mesma: formal, educada e sem grandes mudanças na política britânica.
Minha experiência pessoal de resposta à carta endereçada a Monarquia Britânica: O Folder Comemorativo da Coroação de Rei Charles III
A resposta que recebi veio em formato de um lindo folder comemorativo da coroação de Rei Charles III e da Rainha Camila. Foi uma verdadeira surpresa e um presente que ficará guardado como recordação de um momento histórico. Veja abaixo o conteúdo que recebi:
Aqui está o texto em inglês:
“We were deeply touched by your most kind and thoughtful message following our Coronation. We are enormously grateful to everyone who took part in the celebration, and particularly appreciate that you so generously took the time to write to us on this very special occasion.”
E aqui está o texto traduzido:
“Ficamos profundamente tocados por sua mensagem muito gentil e atenciosa após nossa Coroação. Somos enormemente gratos a todos que participaram da celebração e, especialmente, apreciamos muito que você tenha generosamente dedicado tempo para nos escrever nesta ocasião tão especial.”
Este tipo de resposta mostra como a monarquia britânica mantém sua tradicionalidade, mesmo em tempos modernos, e como o gesto de enviar uma carta ao Rei Charles III pode, de fato, resultar em uma resposta personalizada, mesmo que seja de forma padrão.
Antes dessa carta, eu também escrevi outra, para Sua Alteza Real, o príncipe Harry. Antes de tudo, um contexto: na época em que escrevi a primeira carta, dirigida a Sua Alteza Real, Príncipe Harry, eu tinha o sonho de ser diplomata. E também de subir na carreira, me tornando embaixador – talvez até chanceler! Para esta primeira carta, a ideia surgiu da visita do Príncipe Harry ao Brasil, em março de 2012. Nessa visita, ele se mostrou bem receptivo e modesto. Pensando no meu sonho (antigo) de ser embaixador e nas relações diplomáticas que um embaixador deveria ter com dignatários de outras nações, eu tive a ideia de escrever para o príncipe. Na verdade, escrevi esta primeira carta para quem eu imaginava que seria o futuro rei do Reino Unido quando esse sonho fosse realizado, e fiz a ele diversas perguntas pessoais que somente ele poderia responder.
Eu recebi uma resposta bem delicada da equipe que recebe e responde as cartas, dizendo que, apesar de o príncipe não poder responder pessoalmente, caso o meu sonho de ser embaixador e ministro das relações exteriores do Brasil se realizasse, eu poderia fazer-lhe essas perguntas pessoalmente. Acontece que, com as vicissitudes da vida, hoje, em 2024, eu já desisti do meu sonho de me tornar embaixador – e o jovem Harry, então Duque de Sussex, chegou a abdicar de sua posição na monarquia para viver nos Estados Unidos ao lado de sua esposa, Meghan Markle.
Veja a resposta abaixo:
Aqui está o conteúdo original e traduzido da carta:
Dear Mr. Dias de Andrade,
Prince Harry has asked me to thank you for your letter of 25th June.
His Royal Highness is grateful to you for taking the trouble to write to him and was touched that you asked him so many questions, but I regret that he is unable to reply personally or to give you the answers that you seek. Prince Harry receives a large number of letters every week and sadly the sheer volume precludes personal replies. Perhaps if your dream comes true and you do indeed manage to become Ambassador or Foreign Minister of Brazil, then you may meet His Royal Highness and ask him these questions for yourself.
E aqui está o conteúdo traduzido:
Caro Sr. Dias de Andrade,
Príncipe Harry pediu-me para agradecê-lo por sua carta de 25 de junho.
Sua Alteza Real é grata por você ter se incomodado de escrever e ele ficou comovido que você fez tantas perguntas, mas lamento que ele não possa responder pessoalmente ou dar as respostas que você procurava. O Príncipe Harry recebe uma grande quantidade de cartas toda semana e, infelizmente, o volume absoluto impede respostas pessoais. Talvez, se o seu sonho se tornar realidade e você realmente conseguir ser embaixador ou ministro das Relações Exteriores do Brasil, então você poderá conhecer Sua Alteza Real e perguntar-lhe estas questões pessoalmente.
Este gesto de resposta, embora padrão, foi um lembrete de como o Príncipe Harry e sua equipe mantêm o compromisso com as pessoas que, como eu, o admiram e querem estabelecer uma conexão. Mesmo com a alta demanda de correspondências e responsabilidades, a resposta ainda teve um toque de consideração e respeito, algo típico da família real britânica.
Estrutura das Respostas Oficiais da Monarquia Britânica
As respostas das cartas que eu enviei à monarquia britânica são marcadas por um primor estético que reflete a tradição e a história da instituição. Cada correspondência é adornada com brasões, monogramas e iluminuras, elementos que carregam um profundo significado histórico e cultural.
O brasão de armas, por exemplo, é um emblema heráldico que representa a soberania e a continuidade da monarquia. Monogramas reais, como as iniciais estilizadas do monarca reinante, simbolizam a identidade pessoal e o legado dinástico. Iluminuras, por sua vez, remetem à tradição medieval de decorar manuscritos com arte elaborada, conferindo um ar de exclusividade e reverência à comunicação.
Comparando com outras culturas, é interessante notar que muitas instituições também utilizam elementos cerimoniais semelhantes, como selos oficiais ou carimbos de estado, embora a sofisticação estética das respostas britânicas seja única.
Vejamos a seguir, alguns destes detalhes interessantes contidos nas duas cartas.
O Monograma de Príncipe Harry e o Brasão de Armas do Rei Charles III
Na carta de St. James Palace, vemos o monograma do príncipe, composto pela letra “H” de cor azul, com uma coroa acima. Embora St. James Palace não seja mais a residência principal do monarca, este palácio continua a ser um local de reuniões cerimoniais importantes, como o Conselho de Adesão. Além disso, abriga o escritório do Marechal do Corpo Diplomático e serve como residência londrina de vários membros da família real britânica.
Na carta resposta do Palácio de Buckingham, observamos o brasão real de armas do Reino Unido, que são as armas oficiais do monarca britânico, no caso, Rei Charles III. Estas armas são usadas pelo rei em sua capacidade oficial e são conhecidas como Arms of Dominion. O escudo é dividido em quatro partes:
- Primeiro e quarto quartos: três leões, passant guardant, que representam Inglaterra;
- Segundo quarto: um leão rampante e a dupla flor de lis, representando a Escócia;
- Terceiro quarto: uma harpa, que simboliza a Irlanda.
O timbre, que é a parte superior do brasão, apresenta um leão sobre a coroa imperial, em representação da Coroa Real.
Simbolismo nas Flores e Elementos do Brasão do Rei Charles III
Na carta do Palácio de St. James, podemos ver o remetente: O Escritório de TRH (Sua Alteza Real) o Duque e Duquesa de Cambridge e HRH (Sua Alteza Real) Príncipe Henry de Gales. Privado e Confidencial. Aqui temos uma revelação interessante: embora todos chamem o príncipe de Harry, seu nome completo é, na verdade, Henry Charles Albert David.
Já na carta real, que na verdade é um folder comemorativo da coroação do Rei Charles III e da Rainha Camila, há muitos elementos fascinantes.
Esses desenhos são conhecidos como Iluminuras (Illuminating) e foram feitos pelo artista Andrew Stewart Jamieson, um escrevente, iluminador e artista heráldico de formação clássica. Ele trabalhou em absoluto sigilo durante um mês para criar essa peça a tempo. Nesse trabalho, é possível distinguir um canteiro com diversas flores britânicas, muitas das quais são símbolos nacionais, que rodeiam o monograma do casal real.
As flores tradicionais dos quatro países das Ilhas Britânicas são representadas no trabalho:
- Narciso para o País de Gales;
- Cardo para a Escócia;
- Trevo para a Irlanda (ainda controverso em relação à divisão política interna);
- Rosa Tudor, vermelha e branca, para Inglaterra, que remete à Guerra das Rosas entre as casas de Lancaster e York.
A borda verdejante que envolve as flores representa um prado inglês, com diversas flores como centáureas, prímulas, violas, cravinas, miosótis, morangos e lírios do vale — estes últimos em homenagem à falecida Rainha Elizabeth II. Também há um ramo de alecrim, lembrando William Shakespeare e sua famosa personagem Ofélia, que é associada ao simbolismo da flor.
Por fim, o javali, que aparece no brasão de Rainha Camilla, tem seu próprio significado heráldico e remete à conexão dela com os símbolos de força e nobreza.
Esses detalhes ilustram não apenas a tradição heráldica britânica, mas também a maneira como os eventos cerimoniais são celebrados com profunda atenção aos símbolos nacionais e à história da família real. Cada elemento da carta e do folder tem um significado profundo, refletindo o orgulho, a história e o respeito pela monarquia britânica.
Na borda direita do canteiro, destaca-se um ramo de três sinos azuis, flores que simbolizam a imortalidade e o amor eterno. Esse simbolismo está diretamente relacionado ao fato de o Rei Charles III ser o terceiro monarca com esse nome a ascender ao trono. O Rei Carlos I reinou de 1625 a 1649, enquanto o Rei Carlos II governou de 1660 a 1685. O uso das flores em grupos de três reforça a continuidade da dinastia real e a tradição histórica da monarquia britânica.
Além disso, a abelha, presente no brasão, é um símbolo de comunicação, abundância e fecundidade, valores que o Rei Charles tem demonstrado prezar durante seu reinado. A abelha também é uma representação da coletividade e união, algo que tem sido um ponto importante em sua liderança ao longo dos anos.
Outro elemento simbólico é a joaninha, que é frequentemente associada ao otimismo e à boa sorte. Além disso, a joaninha é vista como um símbolo de evolução, sugerindo que a monarquia de Charles III pode passar por mudanças significativas, rompendo com algumas tradições do passado enquanto se adapta aos novos tempos.
Na borda do desenho, também estão representadas duas flores de miosótis, que podem ser uma homenagem ao Rei Charles e à sua família real, em especial à sua mãe, Rainha Elizabeth II, e ao seu pai, Príncipe Philip. Essas pequenas flores azuis são tradicionalmente vistas como um tributo aos entes queridos perdidos, remetendo ao legado da falecida monarca. Além disso, o morango, outra flor presente no brasão, era a fruta favorita de Rainha Elizabeth II, fortalecendo o tributo à herança familiar.
O lírio do vale, a flor favorita da Rainha Elizabeth, também é representado neste contexto como uma lembrança e uma homenagem à sua memória.
O leão, um dos três animais selvagens apresentados no brasão, é um símbolo histórico da Inglaterra. Já o unicórnio, presente no brasão de Rei Charles III, é tradicionalmente o símbolo animal da Escócia, representando a união dos quatro países que compõem o Reino Unido.
Por fim, o ramo de alecrim (rosemary) remete diretamente ao funeral de Rainha Elizabeth II. Durante o evento, a coroa de flores colocada sobre o caixão da rainha continha essa planta, que simboliza lembrança. O Rei Charles III também usou alecrim em seu próprio funeral, refletindo um tributo pessoal à mãe e à memória da Realeza Britânica.
Esses detalhes no brasão e nas flores comemorativas são muito mais do que simples adornos; eles carregam um profundo simbolismo de memória, tradição e renovação, elementos essenciais para o reinado de Charles III e o futuro da monarquia britânica.
Minha experiência pessoal ao enviar cartas à Monarquia Britânica
Receber uma resposta oficial da monarquia foi uma experiência profundamente impactante e que me ajudou imensamente com a prática e pesquisa da minha habilidade de Writing (Escrita) em inglês e como professor de idiomas. Ao abrir segunda a carta e ver os elementos que a adornavam, senti uma conexão imediata com uma tradição centenária e que me ajudou a ter mais motivação ainda com o aprendizado do inglês. O cuidado com os detalhes — desde o papel de alta qualidade até a precisão no uso de cores e símbolos — transmitiu uma sensação de respeito e importância. Tal experiência também me levou a refletir sobre a relevância de tais práticas nos dias de hoje. Em uma época em que e-mails e mensagens instantâneas dominam a comunicação, a formalidade e a elegância dessa correspondência me lembraram do valor da tradição e do simbolismo.
Esta experiência pessoal de enviar e receber cartas da Monarquia Britânica também trouxe um ânimo novo aos meus estudos e minha autoestima abalada pelas experiências desagradáveis de bullying com falantes brasileiros e de um americano, que eu sofri no início da minha aprendizagem (eu falo mais sobre isso aqui.
Essa experiência não foi apenas uma interação com a monarquia britânica, mas também uma lição sobre a importância de preservar práticas que celebram a história e a identidade cultural. A continuidade desses gestos cerimoniais em um mundo digitalizado ressalta seu papel essencial na construção de pontes entre o passado e o presente. A sofisticação e o simbolismo das respostas oficiais da realeza são um lembrete de que o cuidado com os detalhes e a valorização da tradição podem trazer um significado profundo às nossas interações cotidianas.
Contudo, você ainda deve estar se perguntando:
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Mas então, prof? Que perguntas o senhor fez naquela sua primeira carta?
Bem, acho que já não é mais importante dizer. Entretanto, eu penso que aquilo que não foi respondido diretamente na primeira carta, foi meio que respondido na segunda missiva. 😉
E então? Gostou das dicas da minha experiência pessoal de envio e recebimento de cartas para a Monarquia Britânica contemporânea? Escreva sua própria carta à realeza e compartilhe sua experiência conosco!